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Fraude no IPTU: ameaças à secretário começaram dentro da Prefeitura

O secretário de Fazenda, José Aparecido Vidotti, deu detalhes das ameaças aos vereadores que compõe a CPI do IPTU


Por Grasiele Gerondi Publicado 18/07/2022
secretário de Fazenda, José Aparecido Vidotti na CPI do IPTU
Secretário de Fazenda, José Aparecido Vidotti, depõe na CPI do IPU e fala sobre ameaças – Foto: Grasiele Gerondi

Durante o depoimento à CPI, que investiga fraudes no IPTU, o secretário de Fazenda, José Aparecido Vidotti, também foi questionado sobre as ameaças que sofreu. O secretário contou que as ameaças começaram de forma velada, ainda no ambiente de trabalho.

Vidotti disse que tomou conhecimento após a denúncia feita ao Ministério Público e à Polícia Civil. Uma dessas ameaças foi relata por um servidor público ao secretário.

No relatório da Polícia Civil, o investigado M.D.A. passou a falar em mortes e “mal graves aos familiares” de um servidor municipal efetivo, além de outros servidores.

O investigado dizia ser integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital), para coagir o servidor a não compartilhar informações vistas e ouvidas no setor e que se referiam às condutas ilícitas. O servidor chegou a relatar que M.D.A. teria dito que faltava R$ 6 mil para repassar a membros do PCC para consumar a morte de Vidotti, além de ter prometido matar com um “tiro de calibre 12” uma servidora.

O secretário informou aos vereadores que não registrou Boletim de Ocorrência sobre as ameaças porque a Polícia Civil e o Ministério Público já estavam acompanhando, mas ele representou criminalmente contra o ameaçador.

AMEAÇAS À MORADORES DE IMÓVEIS FRAUDADOS

No relatório, a Polícia Civil ainda aponta que inquilinos de imóveis que eles teriam feito a transferência/venda também teriam sido ameaçados para desocupar o local.

Segundo apurou a Educadora, M.D.A. teria dito “estar tratando com ‘irmão’”, que é um jargão utilizado pela organização criminosa PCC, para ir nos imóveis com o “prazo” para que os moradores desocupem.

M.D.A. teria relatado ainda que o irmão “já vai dar o papo” para os moradores, o que segundo a Polícia Civil, significaria que a desocupação está sendo realizada com ameaças. Ele teria dito que até a “rapaziada de Limeira” teria ficado sabendo, que ele falou com um “irmão” e que era “caixa” (jargão utilizado para morte).

SECRETÁRIO DE FAZENDA, JOSÉ APARECIDO VIDOTTI, FOI O PRIMEIRO A SER OUVIDO

O secretário municipal de Fazenda, José Aparecido Vidotti, foi ouvido pela CPI que investiga as fraudes nos IPTUs, nesta sexta-feira (15). Vidotti foi um dos primeiros secretários a ser informado do esquema de corrupção que acontecia na Prefeitura Municipal.

O secretário falou sobre como foram identificadas as irregularidades nas transferências de imóveis. Ele contou que a Secretaria de Urbanismo informou à Secretaria de Fazenda, por meio de e-mail em 18 de fevereiro, que 23 imóveis foram transferidos irregularmente para uma única pessoa, Anderson Hara.

Ele ainda falou sobre como a quadrilha atuava, sobre os servidores envolvido, entre outros assuntos.

CPI

A Comissão foi instalada depois que o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) do Ministério Público e a Polícia Civil deflagraram a Operação Parasitas para desarticular um grupo que praticava fraudes nos registros da Prefeitura de Limeira relativos ao IPTU. A operação foi realizada no dia 23 de junho.

Na ocasião foram cumpridos mandados de busca e apreensão e de prisão em Limeira, Campinas, Rio das Pedras, Piracicaba e Serra Negra. Os alvos foram servidores e ex-servidores que cancelavam débitos do tributo e faziam transferências irregulares de imóveis. A irregularidade foi constatada pela própria Prefeitura que alertou os órgãos de investigação.

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