De cada 4 americanos, 3 estão em casa; Nova York tem metade dos infectados
Dos mais de 150 mil infectados nos EUA, a metade está no Estado de Nova York
Os estados de Maryland, Virginia e partes da Flórida aderiram na segunda-feira (30) às ordens de isolamento social colocando mais de 225 milhões de pessoas – 3 de 4 americanos – em quarentena. Dos mais de 150 mil infectados nos EUA, a metade está no Estado de Nova York. Com os hospitais à beira do colapso, os nova-iorquinos receberam na segunda um navio-hospital, que vai desafogar o sistema de saúde da cidade, atendendo pessoas que não têm covid-19.
“Nós não estamos mais pedindo ou sugerindo que os moradores de Maryland fiquem em casa”, disse o governador do Estado, Larry Hogan, um republicano. “Estamos mandando.” Em Virginia, o apelo foi parecido. “Quero que vocês me escutem bem: fiquem em casa”, afirmou o governador Ralph Northam, um democrata.
Na Flórida, o governador Ron DeSantis ainda rejeita decretar isolamento em todo o Estado, preferindo adotar ações específicas para cada região. Ontem, ele determinou que os habitantes da parte mais populosa do Estado ficassem em casa – os condados de Miami-Dade, Broward, Palm Beach e Monroe. A ordem tem sido cumprida com rigor.
Chad Chronister, xerife do Condado de Hillsborough, obteve ontem um mandado de prisão contra o reverendo Rodney Howard-Browne, um pastor pentecostal que realizou duas missas no domingo, na cidade de Tampa, violando a ordem de quarentena das autoridades locais. “A total desconsideração que ele teve por vidas humanas colocou centenas de fiéis e milhares de habitantes em perigo”, disse o xerife.
O Estado americano mais afetado, porém, ainda é Nova York. Ontem, o governador Andrew Cuomo disse que o Estado tem mais de 66 mil infectados e 10 mil pessoas estão internadas. Mesmo assim, ele afirmou que o pior ainda está por vir. “O tsunami está chegando. Sabemos que é hora de reunir suprimentos e fazer os preparativos, porque ontem já era tarde demais”, disse.
Cuomo e o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, estiveram ontem no porto da cidade para receber o navio-hospital USNS Comfort, das Forças Armadas, que tem o objetivo de aliviar a pressão sobre os hospitais da cidade, tratando pacientes que não têm coronavírus. A embarcação oferece 750 leitos, segundo De Blasio. “Isso é apenas o começo. Nesse momento, as semanas mais difíceis ainda estão por vir”, disse o prefeito.
“Estamos em guerra. Podemos ter tido diferenças no passado, mas, na medida do possível, precisamos estar unidos em tempos de guerra. Sei que nossos colegas militares entendem isso. Agora, todos temos de entender”, afirmou De Blasio.
Um reflexo do clima de guerra declarado em Nova York, no fim de semana, foram instaladas tendas brancas no gramado do Central Park, que servirão como hospital de campanha, para aumentar a capacidade do hospital Mount Sinai West, localizado nas proximidades. Com isso, a cidade ganha mais 68 leitos.
Além de Nova York, os sistemas hospitalares de Seattle e de New Orleans também se aproximam rapidamente do colapso. Funcionários do governo americano alertaram ontem que problemas graves também podem surgir rapidamente em Detroit, Chicago e Miami.
PICO DE INFECÇÕES
No domingo (29), o presidente dos EUA, Donald Trump, mudou seu discurso e estendeu a orientação de isolamento social no país até 30 de abril. O presidente disse ainda que espera que o pico de mortes por coronavírus no país deva ser atingido em duas semanas.
Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas e médico que comanda a força-tarefa da Casa Branca contra a pandemia, disse que os EUA devem registrar “milhões de casos” de coronavírus. No entanto, segundo ele, o mais assustador é que o número de mortos, provavelmente, chegará a seis dígitos. “Eu diria entre 100 mil e 200 mil (mortes)”, afirmou.
Os EUA são o país com maior número de casos de coronavírus no mundo. Na segunda, o total ultrapassou 160 mil, com 3 mil mortes. O maior problema dos americanos é que as contaminações crescem a uma média de quase 20 mil novos casos por dia, o que causa a saturação dos sistemas de saúde, principalmente das grandes cidades do país. (Agências Internacionais)
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